A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira (29), em discurso na convenção nacional do PC do B em São Paulo, que o país chegou ao "limite" do uso de recursos federais para conter efeitos da crise econômica. Para a presidente, o momento agora é de "reequilibrar" a área fiscal. A declaração da presidente ocorreu horas depois de o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar que houve queda de 0,2% na atividade economia do país no primeiro trimestre de 2015.
Para Dilma, o país chegou ao limite da "capacidade contracíclica", que é a capacidade de o governo agir para evitar efeitos negativos causados por crises econômicas.
"Nós chegamos ao limite de nossa capacidade contracíclica. Nós temos que iniciar os movimentos para mudar o padrão de crescimento. Nós chegamos ao limite de utilizar recursos do orçamento federal para preservar nossa economia dos efeitos da crise", discursou a petista.
Na visão da presidente, o país tem que "reequilibrar" a parte fiscal. Nesta semana, o Senado aprovou três medidas provisórias que fazem parte do chamado ajuste fiscal proposto pelo governo. O objetivo é reequilibrar as contas da União.
O ajuste fiscal é criticado por setores da sociedade, como centrais sindicais, que entendem que as medidas podem paralisar o desenvolvimento da economia. No discurso desta sexta no evento partidário, Dilma voltou a afirmar que as ações para reequilibrar a economia não comprometerão, por exemplo, os programas sociais.
A petista ainda ressaltou aos dirigentes e militantes do PC do B a importância de terem sido aprovadas as MPs do ajuste fiscal no Congresso. Segundo ela, também será "crucial" que os congressistas aprovem o projeto de lei que reduz a desoneração na folha de pagamento das empresas.
"Nós aprovamos as medidas provisórias que precisávamos e agora precisamos aprovar o chamado PL [projeto de lei] que reduz a desoneração. Esse projeto é crucial e é ele que dá a maior parcela do ajuste fiscal. A desoneração da folha representou a perda de R$ 25 bilhões. Com o PL, nós reduziremos a perda de R$ 25 bilhões para R$ 12 bilhões", destacou a presidente.
'Solidão'
A convenção desta sexta do PC do B marcou a troca no comando da sigla governista. No evento, o então presidente da sigla, Renato Rabelo, passou o comando do partido para a deputada Luciana Santos (PE).
A convenção desta sexta do PC do B marcou a troca no comando da sigla governista. No evento, o então presidente da sigla, Renato Rabelo, passou o comando do partido para a deputada Luciana Santos (PE).
Convidada a prestigiar o encontro, Dilma ocupou um lugar de destaque no auditório. A petista ficou sentada ao lado de Rabelo e do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).
Ao discursar, Dino fez uma brincadeira com a presidente da República ao dizer que o poder isola e que ele entende a "solidão" pela qual passa a chefe do Executivo federal.
Ao discursar, Dino fez uma brincadeira com a presidente da República ao dizer que o poder isola e que ele entende a "solidão" pela qual passa a chefe do Executivo federal.
Mais tarde, na sua vez de discursar, Dilma comentou a declaração de Dino. A petista disse que não sente solidão no Palácio do Planalto, mas que sentiu numa cela, referindo-se ao período em que ficou presa durante a ditadura militar por militar contra o regime.
"Eu não me sinto sozinha. Interessante. Eu não me sinto sozinha. Sozinha a gente se sente dentro de uma cela. No Palácio do Planalto, eu não me sinto sozinha", destacou a presidente.
G1
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