A Polícia Federal (PF) registrou mais um caso de venda de cédulas falsas de dólar, no Recife, nesta quarta-feira (1º). O administrador de empresas Marcos Antônio Freire de Lyra, que comprou US$ 1.400 na agência central do Banco do Brasil, no Bairro do Recife, descobriu que as notas não eram autênticas quando estava viajando pela Argentina. Ele prestou depoimento na superintendência da PF, no Recife Antigo. Também nesta quarta (1º), o Banco do Brasil, por meio de sua assessoria de comunicação, informou que vai recorrer da medida aplicada pelo governo do estado que suspende a venda de moeda estrangeira nas agências pernambucanas.
Marcos Antônio Freire de Lyra comprou dólares
falsos no Banco do Brasil
(Foto: Camila Torres / TV Globo)
falsos no Banco do Brasil
(Foto: Camila Torres / TV Globo)
Marcos Antônio foi à Argentina no dia 20 de junho e retornou ao Brasil no domingo (28). Ele contou que não comprou mais nada com o dinheiro depois de ter sido alertado, por um lojista da Rua Florida, uma das mais famosas do comércio de Buenos Aires, sobre a falsificação das cédulas. O administrador de empresas afirmou também que pensou que estivesse sendo enganado pelos comerciantes portenhos. Somente quando retornou ao Brasil, soube que estava havendo o problema de venda de dólares falsos pelo Banco do Brasil. Marcos Antônio ainda disse que nunca imaginaria comprar nota falsa dentro de um banco do qual é cliente há vários anos. Do valor que foi comprado, ele apresentou US$ 497 na sede da PF. A Polícia Federal só vai se pronunciar detalhadamente sobre o novo caso após a conclusão do depoimento.
Câmbio suspenso
Nesta quarta (1º), o Banco do Brasil em Pernambuco está cumprindo a decisão cautelar administrativa do Procon, e os serviços de câmbio estão suspensos. A reportagem tentou realizar a operação nas agências central (na Avenida Rio Branco, Bairro do Recife) e do Aeroporto. Nos dois locais, recebeu a informação de que o banco não está realizando a venda de moedas estrangeiras devido à medida.
Nesta quarta (1º), o Banco do Brasil em Pernambuco está cumprindo a decisão cautelar administrativa do Procon, e os serviços de câmbio estão suspensos. A reportagem tentou realizar a operação nas agências central (na Avenida Rio Branco, Bairro do Recife) e do Aeroporto. Nos dois locais, recebeu a informação de que o banco não está realizando a venda de moedas estrangeiras devido à medida.
Também nesta quarta-feira, o Procon realizou fiscalização em agências do Banco do Brasil. "Verificamos in loco o documento enviado, através de correio eletrônico, pela agência central às demais que fazem operação de moeda estrangeira, determinando a suspensão da venda. E vamos continuar acompanhando, fazendo vistorias nas agências durante os 30 dias de validade da determinação", afirmou o fiscal Daniel Bezerra.
Até a última segunda (29), o Banco do Brasil confirmou a venda de cédulas falsificadas a seis clientes no Recife e disse que outros 13 casos estão sob investigação. Após o governo anunciar a suspensão do serviço de câmbio, o Banco do Brasil divulgou nota informando que tinha tomado conhecimento da decisão administrativa cautelar do Procon-PE "com surpresa".
A instituição esclareceu ainda que tomou as medidas de segurança necessárias, como isolamento de todo o lote de cédulas que originou as ocorrências, e que não há risco para os demais clientes que realizaram ou venham a realizar operações de câmbio no Recife ou em qualquer outra agência em Pernambuco ou no país. O Banco finaliza a nota dizendo que "lamenta a notificação recebida, sem qualquer pedido prévio de esclarecimento, e reafirma que atua há mais de 30 anos no mercado de câmbio, e é líder no segmento".
O que diz o Banco Central
Em nota enviada ao G1 através de sua assessoria de imprensa, na noite de terça (30), o Banco Central (BC) informou que "ainda não foi notificado da decisão do Procon-PE, conforme prevê a legislação em vigor. Assim que receber essa notificação, o Banco Central, na condição de regulador privativo do sistema financeiro, inclusive no que tange a operações de câmbio, adotará as ações julgadas necessárias".
Em nota enviada ao G1 através de sua assessoria de imprensa, na noite de terça (30), o Banco Central (BC) informou que "ainda não foi notificado da decisão do Procon-PE, conforme prevê a legislação em vigor. Assim que receber essa notificação, o Banco Central, na condição de regulador privativo do sistema financeiro, inclusive no que tange a operações de câmbio, adotará as ações julgadas necessárias".
Entenda o caso
O caso do repasse dos dólares falsos pela agência do Banco do Brasil no Recife veio à tona depois que a estudante brasileira Amanda Parris e o pai dela, João Neto da Silva, foram surpreendidos na última quarta (24), quando tentavam depositar, em um banco de Galveston, no Texas, a quantia de US$ 2.820.
O caso do repasse dos dólares falsos pela agência do Banco do Brasil no Recife veio à tona depois que a estudante brasileira Amanda Parris e o pai dela, João Neto da Silva, foram surpreendidos na última quarta (24), quando tentavam depositar, em um banco de Galveston, no Texas, a quantia de US$ 2.820.
A funcionária que fazia a transação percebeu que as notas eram falsas e acionou a polícia. Os policiais chegaram ao local e constataram, pelo número de série, a falsificação do dinheiro, notificando João e Amanda pelo porte das cédulas. No local, além de colher informações pessoais dos dois, disseram que João não poderia voltar ao Brasil até a conclusão das investigações. De acordo com a família, a compra dos dólares foi feita na agência do BB no Recife, em 18 de junho.
Na segunda (29), o Banco do Brasil informou que há seis casos confirmados de pessoas que compraram cédulas falsas de dólar na instituição, na agência central, no Recife. Pelo menos outros 13 casos estão sendo investigados.
Na terça (30), a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos, através do Procon-PE, autuou o Banco do Brasil pela venda de dólares falsos. Com isso, as agências estão proibidas de fazer operações de câmbio em todo o estado por 30 dias -- o prazo pode ser prorrogado. O Governo também determinou que a instituição financeira apresente, em 24 horas, um plano emergencial de assistência jurídica e material às vítimas. A multa diária caso o banco descumpra a determinação é de R$ 500 mil. A Secretaria pede que clientes lesados pela transação compareçam à sede do órgão, na Rua Floriano Peixoto, área central da capital, para acompanhar o andamento dos casos.
G1
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