O Banco Central do Brasil reduziu nesta quarta-feira (7) a taxa básica de juros para 6,75% ao ano e declarou que a inflação está sob controle. Mas voltou a alertar que o governo precisa fazer reformas para colocar as contas em ordem.
Fazia 60 anos que os juros não ficavam tão baixos no Brasil.

Mas será que, antes disso, tivemos uma taxa tão baixa assim?
O economista Maurício Molan foi atrás da resposta: comparou números do FMI, o Fundo Monetário Internacional e descobriu que sim, que a taxa de juros de curtíssimo prazo, que um banco usa para emprestar dinheiro por outro, e que seria próxima da Selic de hoje, esteve num nível parecido 60 anos atrás.
“Foi em 57 quando a gente teve pela última vez a taxa a 6%, daí a taxa subiu em 1958 para 8% e a partir daí ela nunca voltou a esse patamar abaixo de 7%. Ela é muito próxima da Selic, tem uma pequena diferença, mas, em grande medida ao longo do tempo, essa é uma boa medida da taxa de política monetária praticada pela autoridade”, explicou Maurício Molan, economista-chefe do Banco Santander.
Década de 1950; foi nesse período que dona Irma e o marido compraram um terreno e construíram a casa onde vivem até hoje.
“A gente comprou a prazo, para pagar em dez anos. Assim, consegui a casa própria. Construímos um quarto, cozinha e banheiro”, conta Irma Martins, de 79 anos.
Nessa época de dinheiro barato no Brasil o Banco Central nem existia. O mundo vivia o começo da corrida espacial de Estados Unidos e União Soviética. Na ciência, a descoberta do DNA foi um marco. Os brasileiros viram a seleção ganhar a primeira Copa do Mundo. No Rio, surgiu a Bossa Nova.
Há 60 anos, a Avenida Paulista dos antigos casarões começou a mudar e ganhou o primeiro centro comercial: o Conjunto Nacional. Era sinal de uma economia em expansão. Com a industrialização forte, São Paulo virou a cidade mais populosa de um país que tinha pressa.
Um plano desenvolvimentista do presidente Juscelino Kubitschek prometia fazer o país avançar 50 anos em cinco. Foi quando Brasília nasceu.
Mas o aumento dos gastos públicos e o endividamento deixaram lembranças amargas.
“Lá no final da década de 50, a gente já viu a inflação começar a subir principalmente pelo descontrole das contas públicas. Isso gerou um processo inflacionário que dificilmente pôde ser controlado nos anos seguintes”, lembra Molan.
Ao contrário daquela época, hoje a inflação está sob controle e o Brasil vende e compra produtos livremente, mas a ameaça é a mesma.
“Agora, a maior ameaça também é o ajuste das contas públicas, é o governo garantir o equilíbrio de despesas e receitas para reduzir o endividamento e permitir que a taxa fique baixa por um longo tempo”, diz o economista.
Essa é a esperança do consumidor. Os juros de empréstimos e financiamentos são muito maiores do que a taxa básica definida pelo Banco Central. E 60 anos depois, dona Irma só compra à vista.
“Eu posso, eu compro. Se eu não posso, eu não compro. Eu gosto de deitar na cama e dormir sossegada”, disse.O Banco Central do Brasil reduziu nesta quarta-feira (7) a taxa básica de juros para 6,75% ao ano e declarou que a inflação está sob controle. Mas voltou a alertar que o governo precisa fazer reformas para colocar as contas em ordem.
Fazia 60 anos que os juros não ficavam tão baixos no Brasil.
Oficialmente é a menor taxa básica de juros da série histórica do Banco Central, que começou em 1986.
Mas será que, antes disso, tivemos uma taxa tão baixa assim?
O economista Maurício Molan foi atrás da resposta: comparou números do FMI, o Fundo Monetário Internacional e descobriu que sim, que a taxa de juros de curtíssimo prazo, que um banco usa para emprestar dinheiro por outro, e que seria próxima da Selic de hoje, esteve num nível parecido 60 anos atrás.
“Foi em 57 quando a gente teve pela última vez a taxa a 6%, daí a taxa subiu em 1958 para 8% e a partir daí ela nunca voltou a esse patamar abaixo de 7%. Ela é muito próxima da Selic, tem uma pequena diferença, mas, em grande medida ao longo do tempo, essa é uma boa medida da taxa de política monetária praticada pela autoridade”, explicou Maurício Molan, economista-chefe do Banco Santander.
Década de 1950; foi nesse período que dona Irma e o marido compraram um terreno e construíram a casa onde vivem até hoje.
“A gente comprou a prazo, para pagar em dez anos. Assim, consegui a casa própria. Construímos um quarto, cozinha e banheiro”, conta Irma Martins, de 79 anos.
Nessa época de dinheiro barato no Brasil o Banco Central nem existia. O mundo vivia o começo da corrida espacial de Estados Unidos e União Soviética. Na ciência, a descoberta do DNA foi um marco. Os brasileiros viram a seleção ganhar a primeira Copa do Mundo. No Rio, surgiu a Bossa Nova.
Há 60 anos, a Avenida Paulista dos antigos casarões começou a mudar e ganhou o primeiro centro comercial: o Conjunto Nacional. Era sinal de uma economia em expansão. Com a industrialização forte, São Paulo virou a cidade mais populosa de um país que tinha pressa.
Um plano desenvolvimentista do presidente Juscelino Kubitschek prometia fazer o país avançar 50 anos em cinco. Foi quando Brasília nasceu.
Mas o aumento dos gastos públicos e o endividamento deixaram lembranças amargas.
“Lá no final da década de 50, a gente já viu a inflação começar a subir principalmente pelo descontrole das contas públicas. Isso gerou um processo inflacionário que dificilmente pôde ser controlado nos anos seguintes”, lembra Molan.
Ao contrário daquela época, hoje a inflação está sob controle e o Brasil vende e compra produtos livremente, mas a ameaça é a mesma.
“Agora, a maior ameaça também é o ajuste das contas públicas, é o governo garantir o equilíbrio de despesas e receitas para reduzir o endividamento e permitir que a taxa fique baixa por um longo tempo”, diz o economista.
Essa é a esperança do consumidor. Os juros de empréstimos e financiamentos são muito maiores do que a taxa básica definida pelo Banco Central. E 60 anos depois, dona Irma só compra à vista.
“Eu posso, eu compro. Se eu não posso, eu não compro. Eu gosto de deitar na cama e dormir sossegada”, disse.
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